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Mostrando postagens de abril, 2012

Cápsula

Na confusão do que sentia, se isolou. Criou um mundo só seu, onde não havia nada além dela mesma. Perdia-se em pensamentos e sofria por não saber o que estava se passando. Na criação de uma cápsula, não levou nada. O local era frio, escuro, ermo. Sentava num canto, em posição fetal, tentando ignorar os calafrios que a dominavam. Com o tempo, começou a se adaptar ao lugar. O frio se tornou mais suportável, seus olhos enxergavam na escuridão. Apesar de sozinha, seus pensamentos inquietantes se tornaram amigos. Não que o ambiente inóspito fosse confortável, não era, mas viu que se tornara parte daquele espaço. Por momentos, muitos, diga-se de passagem, sentia falta de tudo que antes a dominava, sentimentos que não mais sentira e fatos que, certamente, nunca iriam se repetir. Quanto mais o tempo passava, mais se habituava ao que lhe rodeava. Percebeu que se tornara tão fria, silenciosa, solitária quanto tudo que lhe cercava. Um dia, alguém se aproximou de sua cápsula.